As imagens que vemos no espelho, são imagens invertidas do que queremos ver. Dessa forma você jamais pode se conhecer realmente se olhando no espelho, o que você vê agora é aquilo que seus olhos querem ver.Pensando nisso eu procurei me ver através dos seus olhos, mas errei de novo, aquela também era uma imagem invertida que você tinha criado de mim, eu jamais seria aquilo que você via em mim. E olhando em outros olhos eu encontrei mais erros, diversas imagens de mim mesma, e em nenhuma eu me reconheci, não conseguia sentir que eu fosse alguma delas.
Mas como saber o que você realmente é, se você não consegue ver sua verdadeira imagem?
Eu não podia entender, e de todas as imagens que eu via, a que você tinha de mim era a que mais se afastava de mim mesma. Houve momentos em que desejei ser aquela imagem, mas eu percebi que ela não passava de uma imagem vazia. Era isso que eu era nos seus olhos, uma imagem vazia no meio de tantas outras.
Em outros olhos eu vi mais do que imagens, alguns daqueles olhos viam além da minha própria imagem. E era isso que eu precisava, ver além do que havia no espelho, além dos meus próprios olhos, além de mim mesma.
Não há como mudar as imagens dos outros olhos, não sem mudar a sua própria. Você é o que você transmite, pelo menos aos olhos dos outros. E o único consolo possível é que, nem tudo o que você é você transmite, portanto ninguém no mundo sabe a sua verdadeira imagem, e sempre há o direito de mudança.
Continue procurando suas imagens nos olhos dos outros, elas podem lhe ensinar muita coisa sobre si mesmo, e principalmente sobre o outro. E quanto àquela imagem vazia que eu vi nos seus olhos, você ainda vai descobrir que ela não é tão vazia assim.
