Uma nova visão

E sentada aqui, ouvindo a chuva cair, eu vejo o mundo a minha maneira. A sensação é estranha, nem tão doce e nem tão amarga.Muitas vezes eu pensei que a grandeza do sol me encantava, mas foi na simplicidade da chuva que eu encontrei a minha inspiração. Muitas foram as vezes, que eu julguei um livro pela capa, e agora que parei para ver o mundo ao meu redor, percebo que as coisas mais belas perdi ao me apegar tanto ao que é aparente, ao visível. Meus olhos sempre refletiram a minha verdade, mas isso não significa que tudo que eu vi através deles, fosse a verdade.
Como muito seres humanos, eu sempre temi o escuro, mas ao viver na escuridão, percebi coisas que antes eu não conseguia ver. No escuro somos obrigados a abandonar a visão aparente, temos que aprender a depender dos outros sentidos, portanto no escuro tudo é mais intenso, pois para compreender precisamos realmente sentir, e mais do que isso, precisamos confiar no que sentimos. E confiar no que sentimos, nada mais é, do que confiar em nós mesmos.
E analisando as coisas assim, eu percebi o quanto o ser humano se limita, o quanto eu me limitei. Mesmo agora, eu ainda consigo sentir que há uma parte do mundo que está lá fora, que meus olhos se negam a ver, e meus sentidos não querem sentir. Porque há uma parte do mundo, que me dá muito medo, e é dessa parte que vivemos fugindo.